segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Equívoco da Cidadania - Talk no Tedx Edges

Já está disponível o talk no TEDx Edges na Fundação Champalimaud no passado 1 de Outubro. "O equivoco da cidadania" foi o tema do talk no qual procurei explicar porque é que a maioria dos cidadãos anda equivocada sobre a cidadania, e qual o seu papel para que a Democracia funcione bem. 


Para comentar, partilhar e discutir.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A alternativa orçamental que falta discutir - Uma proposta para todos os partidos

Pela primeira vez, militantes do PS e PSD (e esperamos brevemente de outros partidos) do grupo "Adere, Vota e Intervém dentro de um Partido. Cidadania para a Mudança", vão dentro dos seus partidos  promover e defender a proposta que em baixo se apresenta relativa redução das pensões mais elevadas que hoje são pagas pelo Estado (quer da Segurança Social quer da Caixa Geral de Aposentações).

Esta é um proposta nascida no seio de várias discussões entre cidadãos e militantes de vários partidos, e que queremos colocar na agenda da discussão do Orçamento 2012, dos partidos com representação parlamentar.

Proposta - A alternativa orçamental que falta discutir (provavelmente a mais importante)

As pensões de reforma mais elevadas concedidas aos cidadãos que na sua vida profissional tiveram rendimentos elevados são hoje um encargo muito pesado para as gerações activas, contribuindo para que Portugal tenha em pensões de reforma, uma despesa total em % do PIB muito superior da média Europeia (2008: Portugal 13,2%, UE17 11.7% fonte Pordata) e que não pára de crescer.

O nosso sistema de pensões não se baseia num regime de capitalização mas sim de repartição: os cidadãos activos pagam as pensões dos reformados. Os cidadãos que hoje beneficiam de pensões mais elevadas não tiveram de fazer descontos elevados aquando da sua vida activa porque nessa altura, o número de pensionistas e o valor das pensões era muito menor ao actual. Se os seus descontos fossem capitalizados, jamais aufeririam os rendimentos que a sua pensão de reforma hoje oferece.

Tudo estaria bem se o país gerasse uma riqueza elevada crescente e tivesse uma demografia favorável. Acontece que a situação do país é grave e conhecida: estagnação económica e défices acumulados geraram uma divida pública insustentável que nos obrigou a recorrer a ajuda externa e a nos comprometermos com obrigações orçamentais definidas no memorando da Troika.

Segundo este memorando, Portugal precisa de “reduzir o défice do público para menos de10.068 M€ (equivalente a 5.9% do PIB baseados nas projecções correntes) em 2011 , 7.450M€ em 2012 (4.5% do PIB) e 5.224M€ (€3% do PIB) em 2013 através de medidas permanentes de alta qualidade e minimizando o impacto da consolidação nos grupos mais vulneráveis”.

Face ao ponto de partida de 2010 (Deficit de 9,1% do PIB), Portugal tem de reduzir o défice em mais 10.000M€ (6% PIB) em apenas 3 anos.

Trata-se de um valor colossal que apenas pode ser realisticamente obtido através de uma combinação destas quatro grandes opções:  1 – Aumento significativo de impostos  2 - Redução significativa dos rendimentos e/ou numero de  funcionários públicos  3 – Venda de activos do Estado  ou o seu desmantelamento 4 – Redução significativa de prestações sociais mais generosas (reduzir as prestações mais baixas impactaria gravemente nos grupos socialmente mais vulneráveis, algo desaconselhado inclusivamente pelo memorando da Troika).

O orçamento apresentado pelo governo aponta claramente para uma estratégia assente nas opções 1, 2 e 3 não escolhendo a alternativa de redução significativa das pensões mais elevadas.

Tendo Portugal não só uma despesa com pensões muito superior à média Europeia como referido anteriormente, como também um forte desequilíbrio na redistribuição dos rendimentos a favor das gerações reformadas (como explicado no livro “ Segurança Social: o futuro hipotecado”  Prof.  Fernando Ribeiro Mendes, Edição FFMS)  é difícil compreender a razão pela qual a  alternativa de fazer uma correcção estrutural no valor das actuais pensões mais elevadas (superiores a €1.500/mês) não foi considerada (uma opção frequentemente levantada por vários reputados economistas como Prof. Silva Lopes).

Por exemplo, uma redução média de 20% das pensões superiores a €1.500/mês poderia gerar redução de despesa de perto de 2.000M€/ano (o dobro do valor do corte dos subsídios de Férias e Natal dos funcionários Púbicos). A criação adicional de um tecto máximo de €2.500/mês nas pensões (como existe na Suiça um de menor valor) poderia gerar uma redução de despesa ainda superior.

Quaisquer um destes cenários alternativos introduziria mais justiça social entre as gerações activas e reformadas, sustentabilidade no Estado Social e uma significativa redução de despesa do Estado que em muito ajudariam a cumprir os objectivos do défice.

É essencial que os partidos políticos com assento parlamentar tomem uma posição clara sobre a reestruturação do nível das pensões actualmente pagas e que o governo explique porque é que esta alternativa de redução de despesa não foi considerada.

Esta é a questão estratégica orçamental mais importante para o futuro do país. Os cidadãos e os tempos graves que vivemos requerem que esta alternativa seja totalmente esclarecida e debatida pelos partidos que nos representam na Assembleia da República e pelo Governo.


João Nogueira Santos -  militante 2.0* PS
Carlos Macedo e Cunha -  militante 2.0* PSD

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Notas
1 -Não confundamos a opção orçamental aqui apresentada, com a criação de um tecto máximo de contribuição para a Segurança Social, uma medida de redução de receita que nos tempos actuais que vivemos é incomportável mas que no futuro pode ser equacionada para promover a criação de poupança no grupo de cidadãos com mais rendimentos.

2-Mais do que o formato de concretização, importa a direcção para que aponta. E a direcção é esta: num período em que é exigido ao nosso Estado que reduza rapidamente e fortemente despesa, as pensões de reforma (Segurança Social e CGA) mais elevadas (>1500€) são um universo de despesa significativo onde é possível, preferível e mais justo fazer reduções mais acentuadas (o texto da proposta explica algumas das razões) permitindo aliviar a economia e as famílias activas (que têm encargos mais elevados como casa para pagar, filhos) de algumas das mais gravosas medidas propostas no orçamento do governo (subida do IVA da restauração, eliminação dos subsídios de férias e natal na função pública entre outras).

* para saber a definição de "militante 2.0" vejam a apresentação "Adesão aos partidos para uma nova Cidadania" no TEDx Lisboa

sábado, 15 de outubro de 2011

O erro essencial da manifestação de 15 de Outubro

As razões de fundo da manifestação de hoje são justas e certas.
  • Pela Democracia participativa.
  • Pela transparência nas decisões políticas.
  • Pelo fim da precariedade de vida.
A política em Portugal e a nível global, tem vindo a perder participação dos cidadãos, transparência e parece mais interessada em servir a sua classe, os credores e os grandes interesses financeiros e económicos, do que interessada em servir os cidadãos. 


Em Portugal, a política tornou Portugal um dos países mais desiguais da OCDE (tendo sido governando em Democracia sempre por partidos Socialistas e Sociais Democratas) e conduziu o país a uma bancarrota  que nos próximos anos os cidadãos vão pagar com empobrecimento e desemprego.


Há no entanto um erro essencial na identificação do "mal" que tem tornado a política cada vez menos capaz de servir os cidadãos. É que esse "mal" tem origem no afastamento dos cidadãos dos partidos e do exercício de uma cidadania activa e escrutinadora dentro dos partidos.


Preferimos todos ser "apartidários" "independentes" e participar em manifs que passam na TV  Aceitamos sem pestejenar a ideia que os partidos são o "mal" e portanto, quanto mais longe deles, quanto mais independentes e apartidários, melhores cidadãos somos.
Só que a Democracia é um regime que tem na sua base os partidos (não há nenhuma democracia sem partidos) e é lá que se escolhem os dirigentes, representantes e lideranças que podem mudar a política, ou não.


Enquanto os cidadãos não exercerem uma cidadania escrutinadora e activa dentro dos partidos e lá dentro defenderem activamente a mudança que desejam, os seus políticos e as suas políticas continuarão obviamente a "ignora-los", e aqueles políticos que estão do lado dos cidadãos e da mudança, continuarão sem peso ou força dentro dos seus partidos, logo, incapazes de implementar as mudanças que os cidadãos desejam.


É assim que a Democracia funciona, para o bem e para o mal. Os cidadãos não têm cumprido o seu papel, e hoje pagam as consequências dessa falha.  Está na altura de mudarem de atitude ou são necessárias ainda mais evidencias?


JNS



domingo, 2 de outubro de 2011

TEDx Edges na Fundação Champalimaud Champalimaud Center For The Unknown

Um dia inesquecível ontem, no TEDx Edges na Fundação Champalimaud Champalimaud Center For The Unknown.  Mais de 24 Talks,  uma audiencia de mais de 450 pessoas, grande buzz on-line, e uma organização "world class", 100% de voluntários, inspirada pelo André Marquet e uma equipa incansável. Esperem pelos videos para ver o que estou a dizer.

Com o talk "O equívoco da cidadania", a ideia de que a cidadania tem de passar pela filiação, intervenção e voto dentro dos partidos, chegou a muito mais pessoas, muitas das quais estive a falar nos intervalos e jantar.

Acho que temos mais gente que quer levar esta causa para a frente, e que está farta do discurso estafado "anti-partidos".  Mãos à obra. Mais novidades brevemente.

Nota: o resumo do meu talk num magnifico desenho do Daniel e Carla, um casal inspiradíssimo de designers.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

TEDx Edges dia 1 de Outubro na Fundação Champalimaud


A "rentrée" desta iniciativa vai ser dia 1 de Outubro no TEDx Edges onde vou falar do "Grande equívoco da cidadania e o que tem de mudar". 


É na Fundação Champalimaud e o evento vai ser imperdível. Se puderem, apareçam.


www.tedxedges.com

domingo, 31 de julho de 2011

Defender a democracia filiando nos partidos

Impressionante a resposta dos jovens Noruegueses ao ataque terrorista da semana passada. 


Ao ataque de um campus partidário e assassínio de muitos dos seus jovens, os jovens respondem filiando-se em massa nos partidos, mostrando que de que lado estão e como estão dispostos a defender a democracia: com coragem e determinação! 


Um exemplo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Eleições directas no PS

Hoje realizam-se as eleições para Secretário Geral do PS, umas verdadeiras primárias onde se escolhe o candidato a primeiro ministro pelo maior partido da oposição. 


Ambos os candidatos andaram mais de um mês por todo o país em sessões de esclarecimento junto de militantes. Qualquer militante teve a oportunidade de colocar questões directamente aos candidatos e falar com eles pessoalmente. Os media acompanharam esta campanha. 


Na Internet e Facebook foi possível debater com outros militantes as ideias de cada um e apresentar as suas. Este tipo de escrutínio só tem paralelo nas eleições legislativas ou nas do PSD.


Agora, qualquer cidadão que seja filiado no PS pode votar. Ao contrário dos clubes de futebol, os votos são iguais para um filiado de 35 anos de partido ou de apenas 6 meses. O próximo secretário Geral do PS é um escolha dos filiados. 


Provavelmente não votarão mais de 30 mil, muito pouco para um partido que conjuntamente com o PSD, domina o poder político em Portugal e elege os primeiros ministros. 


Espero que nas próximas eleições, sejam 100.000 votantes e que a maioria, sejam cidadãos informados com vida e profissão fora da política, para que o escrutínio dos candidatos e a sua eleição, reflicta melhor as ambições e preocupações dos cidadãos e não do "partido". Mas para que isso aconteça é fundamental que os cidadãos que votam PS, filiem-se no PS, sem receios e com vontade de trazer mais exigência e qualidade no debate e escolhas do partido. 


A nossa Democracia precisa da participação dos cidadãos nos nossos partidos.



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Mais cidadãos informados para os partidos políticos

A reportagem da revista Time sobre o escândalo das escutas por parte do News of the World começa assim "Há décadas que existem 3 forças que dominam a política no Reino Unido: Partido Conservador e Partido Trabalhista, alternativamente com o poder ou a procura-lo, e Rupert Murdoch".

O que me chama atenção para esta frase é que se nos Media a concorrência, a regulação, o poder político e judicial podem corrigir as deformações e abusos deste poder, já nos Partidos a única entidade com poder efectivo para os regular e corrigir de desvios do interesse público,são os Cidadãos Informados, que através da suas intervenção e escolhas dentro dos partidos, escolhem lideranças, valores e corrigem abusos que invariavelmente o acesso ao poder gera.

Um exemplo: Quando os dois partidos que em Portugal dominam a política, PS e PSD, conquistam o poder, invariavelmente servem-se abusivamente do mesmo para servir interesses particulares, nomeadamente fazendo nomeações em massa de dirigentes e militantes para cargos no aparelho do Estado, empresas públicas, fundações etc... sem qualquer critério de mérito ou qualificações, destruindo a motivação e meritocracia nos serviços públicos. Apenas, satisfazem interesses particulares de pessoas do partido.

Este abuso recorrente de há décadas só acabará no dia em que a maioria dos filiados do PS e PSD se opuser a estas práticas e disser "basta!" . Essa maioria só existirá, quando PS e PSD ganharem algumas dezenas de novos filiados, cidadãos com vida e profissão fora da política empenhados em intervir e votar dentro dos seus partidos para mudar os partidos para melhor e acabar com estes abusos.

Concluindo, a mudança que desejamos também nos partidos,  só depende da vontade de algumas dezenas de milhares de cidadãos, e do seu empenho verdadeiro nessa mudança, filiando, votando e intervindo dentro dos seus partidos.


De que estão à espera?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

As eleições que são demasiado importantes

As eleições para as lideranças partidárias são um dos grande momentos de escolha em Democracia.

São demasiado importantes para os cidadãos se absterem. As lideranças partidárias são, seja no governo ou oposição, as principais responsáveis pelo destinos do nosso país (alguém duvida?).

Não se abstenham, filiem-se, informem-se e votem nas eleições partidárias. É um dever de cidadania e um requisito para um melhor Portugal.

domingo, 26 de junho de 2011

O grande risco das primárias partidárias: a ausência de participação dos cidadãos

Finalmente entrou na agenda política, a forma como os partidos elegem os seus candidatos, sejam a primeiro ministro, deputados ou presidentes de câmara.

As propostas apresentadas por Francisco Assis e a António José Seguro nas suas moções de candidatura a secretário geral do PS, abrem espaço para uma “revolução” no funcionamento do partido, com o alargamento aos militantes e até cidadãos (proposta de Francisco Assis) a capacidade de escolha dos candidatos do partido (a deputados, a presidentes de câmara, líder do partido e candidato a primeiro ministro) através de eleições primárias, replicando o modelo de eleição norte americano.

No entanto, estas propostas encerram um enorme risco: se os cidadãos continuam a demitir-se de filiarem-se ou registarem-se para participar nestas eleições, o PS continuará a não ter massa critica suficiente de votantes nas suas eleições internas, o que faz com que as eleições dos candidatos, fiquem à mercé de “esquemas” de “registo massivo” de cidadãos pagamento de quotas, compra de votos etc... que hoje demasiadas vezes dominam as eleições para os cargos de direcção partidária.

Tal significaria que, a um candidato menos escrupuloso, bastaria registar ou filiar algumas centenas de cidadãos no partido para votar nele nas primárias, para por exemplo, ser o candidato a uma Câmara ou a Deputado. Uma total deturpação dos pricipios da democracia: neste modelo, ganha quem mais aldabrice faz.

“Quero criar um sistema que enfraqueça ao máximo os sindicatos de voto, que são uma doença em todos os partidos” Francisco Assis

Estas propostas vão no sentido certo, mas a prioridade do PS, e de qualquer partido que queira verdadeiramente abrir-se à sociedade e aprofundar a sua democracia interna, deverá ser aumentar drasticamente o número de cidadãos com vida de profissão fora da política a participar nas eleições internas do partido, como filiados ou registados, para que sejam a imensa maioria de eleitores dentro dos partidos, não os sidicatos de votos.

A democracia partidária só funciona bem quando houver uma massa critica de cidadãos esclarecidos e informados, maioritariamente com vida e profissão fora da política, que vote nas eleições partidárias, de acordo com a sua consciência em quem considera o melhor dirigente, o melhor candidato, o melhor líder.

A “revolução” democrática dos partidos e a sua abertura sociedade, passa também pela mudança de atitude dos cidadãos e o darem um passo em frente para uma participação esclarecida nas eleições partidárias do partido em que normalmente votam, do que qualquer mudança de estatutos dos partidos. Essa mudança de atitude, deve partir muito mais de uma consciencialização da responsabilidade dos cidadãos, do que, em acções de marketing dos partidos.

Em Democracia, a responsabilidade pela qualidade dos partidos e dos seus políticos, é dos cidadãos. Os partidos precisam dos cidadãos, e devem faciliar e convidar à sua participação.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escrutinio jornalistico

Os cidadãos que se interessam por política precisam para fazer as suas escolhas, de um jornalismo mais escrutinador das ideias, programas, percurso político e consistência política dos candidatos, e menos, de um jornalismo que faça a escolha pelos cidadãos.

Também precisamos que o jornalismo político se interesse a sério pelas eleições internas partidárias, onde se escolhem os lideres e dirigentes dos nossos partidos. O escrutinio jornalistico e da opinião pública, é fundamental que chegue às eleições internas dos partidos, para que haja uma maior transparencia, qualidade e conhecimento nas escolhas dos partidos

A democracia agradece.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

As eleições mais importantes do nosso país dos próximos 4 anos

As eleições mais importantes do nosso país dos próximos 4 anos vão ser as eleições para Secretário-geral do PS.

É pena que apenas umas poucas dezenas de milhares de portugueses vão participar e votar nestas eleições (apenas quem está filiado no PS).

Centenas de milhares de cidadãos que votam PS, que têm vida e profissão fora da política mas que não estão menos esclarecidos e informados sobre o que pode ser o melhor para o PS e para o país, não vão votar porque não estão filiados no PS.

Estas centenas de milhares de cidadãos poderiam contribuir decisivamente com a sua participação e voto, para que o PS tivesse umas eleições internas mais participadas, mais representativas, menos dependente do peso do “aparelho”, e consequentemente, capaz de gerar uma escolha para a liderança mais escrutinada, democrática e representativa.

Caros cidadãos que votam PS: a democracia e o país precisam "urgentemente" que um grande número de vós se filie no PS nos próximos tempos, para que estas sejam as últimas eleições internas do partido sem uma participação massiva de cidadãos.


PS- podem partilhar esta nota por todos os vossos amigos que votam PS mas que ainda não estão filiados.

domingo, 5 de junho de 2011

Sobre a mudança que o país precisa

"Os portugueses têm sido incorrigíveis (...) A mudança que tem de haver em Portugal tem de vir de baixo para cima, tem de ser ao contrário do que tem sido até agora. Os portugueses estão sempre à espera que caia tudo o que é bom de cima para baixo. Os portugueses têm de deixar de esperar pela mudança, têm de ser eles a mudar"


Entrevista a Barry Hatton no Publico, autor Inglês do livro "Os Portugueses" que será brevemente editado em Portugal

Intervir e votar dentro dos partidos, é uma das mudanças que os portugueses têm de fazer, em especial, todos aqueles que tiveram o privilégio de estudar, manterem-se informados e de ter uma profissão que lhes permite ter liberdade para votar nas eleições internas e intervir dentro de um partido. A mudança que Portugal precisa depende dos cidadãos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Garcia Pereira tem toda a razão: as televisões não têm qualquer direito em “abafar” a democracia

Garcia Pereira tem toda a razão: as televisões não têm qualquer direito em “abafar” a democracia em defesa de critérios jornalísticos ou de audiências. (http://www.ionline.pt/conteudo/127028-debates-garcia-pereira-em-guerra-com-as-televisoes)

A democracia não é um sistema político criado para gerar bons programas de debate na TV. É um sistema político que garante direitos e liberdades aos agentes políticos para criarem e apresentarem alternativas políticas, e aos cidadãos, o direito (e dever) de as conhecerem e escolherem. Em período eleitoral, debater na televisão em iguais circunstâncias com demais candidatos é um desses direitos.


E não digam que é impossível debates com 10 ou mais concorrentes. As presidenciais Norte Americanas tiveram-nos e muitos, nomeadamente nas primárias do partido Democrata e Republicano para as presidenciais de 2008. Esta foto é ilustradora:http://goo.gl/5PgQI










Força Garcia Pereira, a Democracia está do seu lado.

terça-feira, 17 de maio de 2011

M12M e Mais Sociedade: “o que faz falta é também filiar a malta”

Este ano dois movimentos de cidadãos ganharam grande protagonismo pela sua capacidade de organizar iniciativas políticas de elevado impacto, como por terem objectivos políticos relevantes: gerar um debate aberto sobre as políticas do país e influenciar a política a favor da agenda saída desses debates.

O M12M através de iniciativas Legislativas de Cidadãos procura traduzir essa influência em propostas de leis que possam ser discutidas e aprovadas no Parlamento.  O movimento Mais Sociedade, escolheu traduzir essa influência associando-se a um partido, esperando que este integre algumas das suas ideias no seu programa político e/ou convide alguns dos seus membros para cargos executivos num futuro governo.

Sendo estas iniciativas relevantes e meritórias (por trazerem novos protagonistas e ideias para o debate político), a sua acção exclusivamente “externa” aos partidos contribui paradoxalmente, para a sua fraqueza e dependência dos “interesses e lógica tacticista” dos partidos com representação no poder.

Explicação. O facto destes movimentos não terem, nem procurarem ter representação significativa na base de militantes dos principais partidos (os que os cidadãos elegem), faz com que os dirigentes partidários não tenham qualquer “pressão” interna para incluir alguma da agenda destes movimentos  nos programas dos seus partidos.

Para além disso, mesmo que havendo políticos dentro destes partidos que defendam e apoiem essas agendas, estes não têm os votos nem o apoio nas eleições (internas) partidárias desse enorme número de cidadãos que quer mudanças e se revê nas agendas destes movimentos. Ao não estarem filiados, ao não procurarem construir tendências dentro dos principais partidos, estes movimentos estão a demitir-se de intervir no espaço onde precisamente teriam maior poder de influência: os partidos políticos que nos representam. Esta auto-exclusão, ao invés, facilita e muito, o trabalho de quem dentro dos partidos, não quer qualquer mudança nem quer que novas agendas e protagonistas “contaminem” a vida e unidade dos partidos.

Concluindo, não faz sentido em democracia lutar por uma agenda de mudança, e ao mesmo tempo, excluir dessa luta, a intervenção e voto dentro dos partidos que elegemos, precisamente, o espaço em democracia, onde os cidadãos têm mais poder de mudar as políticas e políticos a favor dos suas preocupações e interesses.

A mensagem destes e outros movimentos, deveria ser também: "O que faz falta é filiar a malta"

 
João Nogueira dos Santos
http://aderevotaintervem.blogspot.com/

PS - Se puderem, façam chegar aos membros e seguidores destes e outros movimentos de cidadãos

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O antidioto à apatia (de participar políticamente)

Uma brilhante e curta apresentação que todos os cidadãos deveriam ver. As verdadeiras razões porque somos apáticos, e como temos o poder de desmantelar as barreiras que nos mantêm longe de intervir e participar políticamente. O obrigatório ver e partilhar
TEDx Toronto 2010 .

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Vai-te filiar!" Tudo o que precisas de saber para te convenceres a votar e intervir dentro de um partido



Manual de instruções para uma cidadania com poder efectivo de qualificar a política e dar um melhor futuro a Portugal

Várias pessoas têm-nos perguntado como explicar tudo aquilo que temos vindo a dizer sobre a necessidade de todos aderirmos aos partidos que nos representam, para termos melhores políticos e governantes mais preocupados em defender os interesses dos cidadãos e menos a defender interesses particulares.



Esta é uma tentativa de disponibilizar um “kit completo”, os vídeos e textos que uma vez vistos e lidos, acreditamos que convencerão 90% das pessoas  a mudar as suas ideias sobre filiarem-se num partido (grande, pequeno, novo ou antigo) e lá passarem a intervir e votar para eleger os melhores e qualificar a política.

Partilhem, copiem, enviem por email, divulguem por todos os vossos amigos, dos 20 aos 70, homens ou mulheres, cépticos ou esperançosos, muito ocupados  ou desocupados.

Em democracia, a qualidade dos nossos partidos, políticos e governantes é da exclusiva responsabilidade da acção (ou inacção) e escolhas (ou falta dela) dos cidadãos. Não é do sistema, da Europa, do FMI  ou do nosso Fado.

1 – “Adesão Massiva aos partidos para uma nova cidadania política”.  Uma introdução à participação nos partidos, e o desmontar de muitos mitos urbanos sobre o tema
Vídeo TEDx Lisboa: http://bit.ly/d2tj52

2 – “Mudar Portugal”.  O papel simples que em Democracia os cidadãos têm de cumprir para mudar Portugal. Não precisam de ser todos. Se 100.000 já cumprirem a política mudará em Portugal mudará para sempre
Video Ignite Portugal:  http://bit.ly/g8WBmQ

3 – “Movimentos vs Partidos”. Os movimentos são essenciais à cidadania, mas não devem substituir a participação nos partidos. Movimentos dentro dos partidos deve ser o lema
Video Ignite Portugal: http://bit.ly/eVhIve

4 – Entrevista no Canal Q. Um entrevista que esclarecedora sobre a ideia de fundo da adesão aos partidos
Video Canal Q: http://bit.ly/h8Zgtc

5 – “Os independentes e suas independências”. Um texto muito claro que desmonta a  ideia muito popular nos nossos dias de “ser independente”
Post Blog: http://redundanciasdaactualidade.blogspot.com/2011/04/os-independentes-e-as-suas.html

6 – “O equivoco da cidadania em Portugal e o que têm de mudar”. Um texto que expõe o maior equivoco sobre o tipo de cidadania que mais falta faz em Portugal
Post Blog: http://aderevotaintervem.blogspot.com/2011/04/o-grande-equivoco-da-cidadania-e-o-que.html

7 -  Grupo oficial no Facebook. Visitem e deixem lá a vossa opinião, as vossas duvidas e questões e as barreiras que ainda vos impedem de filiar, votar e intervir dentro de um partido
Grupo Facebook: http://on.fb.me/ajs8cP


8 - Como Aderir. Convencidos que os cidadãos são responsáveis pelo seu futuro e têm o dever de mudar os partidos e a política para melhor?.Nesta página têm os links para as páginas de adesão aos diferentes partidos políticos.
Como Aderir: http://aderevotaintervem.blogspot.com/p/como-aderir.html
(estamos a permanentemente a actualizar esta página com os links de todos os partidos)

http://aderevotaintervem.blogspot.com/



segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que os nossos Presidentes deviam ter dito aos cidadãos neste 25 de Abril


Hoje menos de 0,7% dos portugueses votam nas eleições internas dos dois principais partidos.

Se descontarmos deste número os votantes que são políticos ou que ocupam lugares directa ou indirectamente dependentes do partido ou seus dirigentes, e ainda descontarmos os votantes “fantasma” (pessoas a quem muitos dirigentes pagam as quotas e outros favores para nas eleições internas votarem em que eles mandam) então chegamos à conclusão que a participação dos cidadãos com vida e profissão independente da política nas eleições internas dos principais partidos, é residual, não tem  qualquer expressão.


A sociedade civil nos últimos 20 anos abandonou os partidos, demitiu-se de ter qualquer voz e voto nas suas eleições internas, que servem como em qualquer eleição, para eleger os melhores e afastar os piores.
Este abandono e demissão da sociedade civil de ter voz e votar nas eleições dos nossos principais partidos, é seguramente o mais grave problema da nossa democracia, o que impede que exista um processo democrático de qualificação e renovação da democracia pela sua base, os partidos, permitindo além disso,  que estes sejam facilmente dominados por grupos de interesses que nada representam que não sejam os seus interesses.


Tenho pena que nenhum dos ex-presidentes tenha explicado o que hoje é uma evidência: é impossível termos uma democracia que se renove, seja qualificada e capaz de gerar uma melhor classe política, se os cidadãos se recusam a fazer as escolhas que só a eles lhes cabe fazer dentro dos partidos que elegem nas eleições nacionais.


A democracia só funciona bem se os cidadãos cumprirem o seu papel, e os cidadãos de Portugal, não o têm cumprido. Está na hora de começarem a cumprir.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O grande equivoco da cidadania em Portugal. O que tem de mudar

O conceito de cidadania sempre esteve fortemente "ligado" à noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direcção dos negócios públicos do Estado, participando de modo directo ou indirecto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (directo), seja ao concorrer a um cargo público (indirecto)
In Wikipedia

Quando falamos de cidadania em Portugal, quase invariavelmente se associa a uma participação em movimento e organizações não partidárias, por contraponto a uma participação nos partidos.
Ambas são cidadania. A primeira é mais livre e “descomprometida” com o poder, a outra, a partidária, mais formatada pelas normas partidários e ligada ao exercício do poder político.

No entanto, é uma evidência pelos níveis de filiação partidárias dos principais partidos e pela enorme desconfiança que estes geram nos cidadãos, que a participação nos partidos é uma forma cada vez mais desvalorizada e até mesmo desprezada de cidadania, “quem é militante de um partido quer é tacho” é uma frase muito comum.

Por outro lado, a cidadania não partidária, se bem que capaz de concretizar projectos relevantes na sociedade, vê-se impotente para influenciar os partidos e o poder político para as suas causas e preocupações.

Muito por esta razão, cada vez mais movimentos de cidadãos exigem a alteração da constituição que possibilite círculos uninominais e candidaturas de cidadãos independentes, de forma a que estes possam candidatar-se a órgãos de poder (em particular a assembleia da república) sem terem de ficarem dependentes de um convite partidário para integração nas listas como “independente”, convites esses que vêm sempre associados a um conjunto de “deveres” nomeadamente, a disciplina de voto nas votações parlamentares e o ter de fazer campanha pelo partido que o convidou.

Qualquer que seja o modelo de participação, a cidadania activa exige um enorme envolvimento pessoal, tempo disponível (que muitas vezes sacrifica o tempo com a família) e espírito de sacrifício para atingir resultados. Obriga a muito trabalho e estabelecimento de compromissos e acordos com muita gente que normalmente são muito desgastantes e difíceis. Também em muitas organizações (partidos por exemplo), para se poder ter um papel mais activo e influente é preciso disputar eleições internas, logo preparar candidatura, fazer campanha e obter apoios etc… processo desgastante para o qual muito poucos têm disponibilidade.

A realidade é que muito poucos cidadãos, apesar de informados e preocupados com o país, estão disponíveis para este tipo de cidadania activa, por falta de motivação, perfil ou tempo, o que faz com que, partidos políticos, movimentos e outras organizações de representação dos cidadãos, sejam no final, um projecto de um grupo reduzido de pessoas muito envolvidas, participado e escrutinado por muito poucos cidadãos.

Esta reduzida participação, faz com que partidos, movimentos e demais organizações de representação sejam facilmente “dominadas” por poucos que, com algum empenho, conhecimento e habilidade, conseguem que as eleições internas lhes sejam sempre favoráveis, a si e aos seus “amigos”, perpetuando os mesmos no poder, criando vícios de funcionamento que afastam novos participantes, e que no final geram organizações fechadas, dominadas por poucos que afastam os melhores, sem representatividade, com uma democracia e debate interno muitíssimo limitado.

Em Portugal, partidos, sindicatos, movimentos da sociedade civil sofrem todos deste mal, o que afecta fortemente a qualidade e representatividade destas organizações fundamentais ao funcionamento de uma democracia. Basta olhar para os principais partidos para perceber a evidência deste problema. Basta constatar o estado a que o país chegou para perceber as consequências gravíssimas que este problema gerou e vai continuar a gerar ao nosso país, se nada mudar.

Mas afinal, o que tem de mudar para termos partidos e demais organizações abertas, qualificadas, em que os melhores ganham as eleições internas, em que há renovação, capacidade e ideias para o país ser capaz de responder aos desafios que tem pela frente?

A resposta é precisamos de muito mais cidadania escrutinadora.

Podemos ter partidos e demais organizações abertas, democráticas, meritocracias e renovadas em Portugal, se tivermos um número bastante de cidadãos que, não tendo motivação ou disponibilidade para exercer uma cidadania activa (a que se envolve e participa no dia a dia das organizações), exercem um outro tipo de cidadania, a cidadania escrutinadora, a do cidadão que está informado, que avalia e que depois vota dentro dos partidos, movimentos e outras organizações para eleger quem considera os que melhores.

O grande equívoco sobre a cidadania em Portugal é precisamente este: a cidadania que mais faz falta a Portugal, não é aquela mais activa, que cria, se envolve e intervém publicamente. É sim a cidadania que alimenta os nossos principais partidos e organizações, de uma imensa maioria de cidadãos atentos e informados, que com a sua capacidade de questionar, avaliar e votar, elevam o nível de exigência dessas organizações, dão a possibilidade de surgirem novos protagonistas, aprofundam a democracia interna, e com o seu voto, promovem a eleição dos melhores e a renovação dos partidos, movimentos e organizações.

Nos partidos, pela importância decisiva que estes têm no nosso sistema político e na governação nacional e local, a ausência de uma imensa maioria de cidadãos com vida e profissão fora da política ( mas não por isso menos informada) e que vota livre e conscientemente para eleger os seus representantes e dirigentes nas eleições internas do partido, é provavelmente, o maior problema da nossa democracia e o maior obstáculo ao desenvolvimento do nosso país.

Só com uma cidadania escrutinadora maioritária dentro dos partidos, podemos ter eleições internas que sejam momentos de verdadeira avaliação dos seus protagonistas políticos, de eleição dos melhores e afastamento dos piores, de renovação e qualificação dos partidos. Hoje, não temos este tipo de eleições ou escrutínio dentro dos nossos principais partidos, o que é dramático para a qualidade da nossa democracia.
Só uma maioria clara de cidadãos escrutinadores dentro dos partidos, é que estes poderão libertar-se dos interesses particulares que hoje dominam a sua agenda e impor o interesse geral dos cidadãos e do país como a linha de referência para acção e escolhas políticas.

E para este tipo de cidadania, não há qualquer desculpa para não ser exercida por uma significativo número de cidadãos, pois não requer muito tempo ou participação, apenas estar informado e votar consciente nas eleições internas dos partidos. Hoje com a Internet e redes sociais, é muito fácil seguir a actividade partidos, as respectivas eleições internas, e votar nos políticos que conscientemente nos parecem melhores.

O futuro da nossa democracia, a qualificação dos nossos partidos, a sua renovação e a promoção de uma melhor e mais qualificada classe política, depende exclusivamente de Portugal conseguir ter um número suficientemente relevante de cidadãos escrutinadores (50.000  a 100.000)  com vida e profissão fora da política, que uma vez filiados nos partidos, acompanhe as eleições internas, conheça os seus candidatos e exerça o seu poder de voto de uma forma livre e consciente, eleger os melhores.

Em democracia, a responsabilidade pelo futuro cabe aos cidadãos e não a nenhuma elite iluminada. Está na hora dos cidadãos de Portugal assumirem a sua responsabilidade e agirem para um melhor futuro do país e das próximas gerações

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entrevista no Canal Q no programa "O que fica do que passa"

Entrevista no Canal Q no programa "O que fica do que passa"de Luís Gouveia Monteiro. Uma

Uma excelente oportunidade de explicar os propósitos do movimento e as suas razões. Um grande obrigado ao Nuno Artur Silva por este convite.

Nota: partilhem este video por todos os amigos e conhecidos que são cépticos relativamente à filiação e votar dentro dos partidos que elegem. Estou certo que não irão ficar indiferentes.

Clicar imagem para ver:

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Carta aberta" a todos os cidadãos que votam PS ou PSD

O 25 de Abril de 1974 e a Constituição que um ano depois foi aprovada, estabeleceu em Portugal um regime democrático de base partidária, à semelhança da maioria das democracias do mundo.

Nos primeiros anos, os partidos foram inundados por novos militantes cheios de vontade de dar o seu contributo à construção da democracia e do país. Nunca como então, os partidos tiveram uma vida interna tão intensa e tanta qualidade nos seus militantes e dirigentes eleitos.

Mas com a estabilização democrática e entrada de Portugal na CEE (1985), muitos militantes deixaram de acompanhar a vida dos seus partidos (que naquele tempo exigia um grande consumo de tempo em reuniões - não havia Internet) e dedicaram-se às suas vidas profissionais.  As novas gerações também já não viam na participação política um dever cívico relevante (o país estava no bom caminho) e as suas vidas profissionais eram desafiantes e muito recompensadoras, não lhes dando tempo ou interesse em participar num partido.

Neste processo PS e PSD foram perdendo cada vez mais militantes. Ficaram e entraram nestes partidos essencialmente aqueles que queriam fazer carreira ou aceder a um dos muitos empregos que estes partidos oferecem aos militantes abnegados.

Mas para conquistar melhores lugares e mais poder dentro destes partidos era necessário ganhar eleições internas, ter votos. Dada a reduzida e decrescente base de militantes, para conquistar votos passou a ser necessário “arrebanhar” militantes- subalternos que garantissem votos para ganhar eleições.  Mesmo quem não gostasse dessa prática, se queria ter protagonismo no partido, tinha de entrar no jogo da compra e arrebanhamento de votos.

Assim, e nas ultimas duas décadas, muitas centenas de dirigentes partidários construíram o seu “sindicato de votos”, isto é , um exercito de militantes-subalternos que a única coisa que fazem no partido é votar em quem o “chefe” manda. Claro que manter este exército de votantes custa dinheiro, desde pagar quotas até outras regalias, como por exemplo, promoções no trabalho.

Infelizmente, a realidade é que este foi o processo de “aprofundamento democrático” que PS e PSD viveram últimos 20 anos. Hoje temos os nossos dois principais partidos dominados pelo chamado “aparelho” “oligarquia” “maquina oleada”, palavras que descrevem as tais centenas de dirigentes que dominam os muitos milhares de votos, que decidem todas as eleições internas do partido. Hoje, os destinos da nossa democracia e do nosso país dependem destes senhores. Só acedem a lugares relevantes dentro do partido (seja uma secção, concelhia ou líder do partido), quem eles querem e nas condições que eles “impõem” a esses candidatos. Quem tem uma agenda de mudaça que vá contra os seus interesses, é "esmagado" nas eleições internas pela tal "máquina" de votos, e quase invariavelmente desiste da vida partidária.

Mas a verdade é que este fenómeno só se pôde desenvolver e consolidar, porque nos últimos 20 anos a esmagadora maioria dos cidadãos esclarecidos, com vida e profissão fora da política e que votam no PS ou PSD, demitiram-se de ter voz e voto nas eleições internas destes dois partidos, retirando assim aos nossos dois principais partidos a possibilidade de ter uma imensa maioria de militantes-cidadãos livres e informados, fundamentais para que as eleições internas sejam processos verdadeiramente democráticos, representativos e que permitam eleger melhores dirigentes e lideranças, afastar quem cometa abusos ou seja incompetente,  e abrir espaço à renovação e qualificação da política.

Todos os vícios e criticas que hoje se fazem a estes dois grandes partidos (clientelismo, falta de representatividade, incapacidade de se renovarem etc...) têm origem na falta de uma imensa maioria de militantes que sejam cidadãos com vida e profissão fora da política, e que imponham uma dimensão cidadã, a eleição dos melhores, a capacidade de renovação e a meritocracia dentro destes partidos, através do poder do seu voto, da sua critica e da sua inflexibilidade para com os abusos e incompetências.

Tanto no PS como no PSD há muita gente que está insatisfeita e quer mudar o estado das coisas. Mas precisam de votos e apoio dos militantes do partido, mas paradoxalmente, a esmagadora maioria dos cidadãos que concorda com essas ideias de mudança, não está filiada em qualquer um destes partidos, logo não dá qualquer apoio prático às mudanças que defende.


Nenhum partido de poder do mundo actual, pode aperfeiçoar-se se internamente não tiver uma vida democrática saudável e muitíssimo participada pelos cidadãos, em especial, com o seu voto esclarecido e livre nas eleições internas do partido. A política e os partidos, são um assunto demasiado sério para ser deixado apenas para os políticos e dirigentes partidários.

Se queremos que o nosso país progrida, se desejamos um melhor futuro para as novas gerações e para os nossos filhos, temos o dever de assegurar que a nossa democracia e os partidos que elegemos funcionam bem. Essa responsabilidade é nossa, e cumpre-se se nos filiarmos, acompanharmos com atenção a vida do partido (felizmente hoje com a Internet, quase tudo pode ser feito a partir de casa ou trabalho) e participarmos esclarecidamente nas suas eleições internas, votando nos melhores, promovendo com o nosso voto a renovação e aperfeiçoamento dos nossos principais partidos.

"A penalização por não participares na política, é acabares por ser governado pelos teus inferiores." (Platão)


Nota: partilhem esta nota com todos os amigos e conhecidos que votam PS e PSD e não estão filiados nestes partidos.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Participação no programa "Nós Vencedores" da Antena 1

Provavelmente a apresentação nos media mais concisa e directa que foi feita sobre esta iniciativa. Em menos de 5 minutos explico porque é que somos responsáveis pela qualidade dos nossos partidos, temos o dever de filiar e lá dentro, votar para escolher os melhores e afastar os piores, promovendo a sua renovação. É a nós cidadãos que cabe essa responsabilidade.

Ouvir aqui:
http://mp3.rtp.pt/mp3/wavrss/at1/1261533_85339-1103211156.mp3

terça-feira, 29 de março de 2011

Nós convidamos, eles responderam sim e falaram de política e democracia

Numa co-organização com o Ignite Portugal, desafiamos os nossos partidos a virem ao 10º Ignite Portugal  (que se realizou a 12 de Fevereiro no Lx Factory) e  falar sobre Democracia e política perante uma audiência de mais de 300 pessoas.
Nós desafiamo-los e eles compareceram e surpreenderam.
Paulo Portas (CDS-PP), Carlos Sá Carneiro (PSD), Catarina Martins (BE), Celso Guedes de Carvalho (PS) arriscaram e em 5 minutos e 20 slides, explicaram a sua visão da Democracia e do seu partido.

Vejam como a política pode ser diferente e estimulante.
Um grande obrigado ao Miguel Muñoz (fundador e organizador do Ignite Portugal) que apoiou incondicionalmente a ideia de levar os partidos/políticos ao Ignite Portugal e aos nossos 4 políticos que se estrearam nesta prova.  Uma palavra especial a Paulo Portas, o primeiro líder partidário a vir a um Ignite Portugal falar descomplexadamente perante uma plateia Ingite Portugal. Esperamos que outros líderes o sigam.
Vejam os vídeos e deixem os vossos comentários.




quarta-feira, 23 de março de 2011

"Movimentos vs Partidos" Apresentação no 10º Ignite Portugal

‎"Movimentos vs Partidos" a minha primeira tentativa para explicar o que está mal e o que tem de mudar na ideia e na relação dos Movimentos com os Partidos. As mudanças que desejamos na política passam muito por remover essa barreira que os separam, e no essencial, só depende de nós.

domingo, 20 de março de 2011

Ideia apresentada no Movimento Milénio (Expresso)

Foi submetida uma ideia Movimento Milénio, uma iniciativa do Expresso para descobrir ideias que possam melhorar Portugal. 

Trata-se de lançar uma grande campanha nacional de promoção da filiação partidária, para que os cidadãos com profissão fora da política votem dentro dos partidos, e assim, contribuam para a sua renovação e qualificação, elegendo melhores lideranças e dirigentes. 

O racional desta ideia é claro: é fundamental que os cidadãos constituam uma imensa maioria de votantes nas eleições internas nos principais partidos, para que assim, possam também escolher que dirigentes e lideranças querem ter, abrindo espaço a uma renovação e qualificação dos partidos. 

Os partidos precisam de ter uma base de militantes alargada e constituída maioritariamente por cidadãos com vida e profissão fora da política. É pois responsabilidade destes cidadãos, da sociedade civil, assim o garantir.


Vejam o video 2m, votem e divulguem aqui: 


terça-feira, 15 de março de 2011

Depois do 12 de Março

Vale a pena ler o excepcional artigo de opinião de Pedro Lomba no Público de hoje. Na mouche. Leitura obrigatória para quem quer melhorar a política em Portugal.

“(…) importa dizer aos descontentes de 12 de Março (…) não podem virar as costas aos partidos; pelo contrário, têm de “invadir” os partidos para os mudar por dentro. (…)
Por isso não sejam “parvos” e inocentes. Se estão insatisfeitos com o leque de escolhas que periodicamente nos são oferecidas, filiem-se nos partidos. Militem.
Nos partidos manda quem lá está e quem lá está tem feito o que lhe apetece. Este défice democrático precisa de acaba”

Complemento com a seguinte ideia.  Já há muitos e muitos cidadãos filiados nos partidos que querem mudança, mas precisam de ser muitos mais para poderem eleger novas lideranças, com novas políticas e uma nova forma de estar na vida política.

Barack Obama foi eleito nos EUA porque 12% da população norte americana votou massivamente nas eleições internas do partido democrata, e disseram “queremos que este seja o nosso candidato” contra tudo e todos.

Precisamos que os nosso principais partidos, tenham nas suas eleições internas uma participação da população não de 20 mil  (PS) ou 40 mil (PSD) militantes, mas sim de centenas de milhares de cidadãos-militantes com vida e profissão fora da política.

É fundamental que a visão cidadã seja a dominante nos nossos principais partidos. E essa, é uma tarefa que cabe a nós cumprir.

domingo, 13 de março de 2011

Se querem que os políticos defendam as vossas causas, assegurem-se que a sua eleição depende também do vosso voto

Partilho nesta nota, a carta que enviei aos organizadores da manifestão "geração à rasca" e que também publiquei na página oficial da mesma no Facebook: http://on.fb.me/f40fFc 

O vosso protesto é muito relevante e oportuno e o texto do manifesto um excepcional contributo para o debate e para melhoria da nossa democracia (acho que ficará para a história, com um dos melhores manifestos de cidadãos da nossa Democracia).

O meu contributo para este debate.

Vive-se em Portugal uma situação de “apartheid laboral” onde uma parte da população tem os direitos de um estado civilizado, e outra, cada vez maior, não tem direitos básicos, como por exemplo, o de serem trabalhadores com contrato com a empresa para quem trabalham (têm de ser recibos verdes ou outsourcers).

Este “apartheid laboral”, não tem origem nos problemas económicos do nosso país, mas sim, nas múltiplas decisões políticas que determinam o funcionamento das relações laborais.

Mas em democracia, não basta aos cidadãos manifestar e chamar a atenção para mudar as coisas. É fundamental que os cidadãos tenham peso político, isto é, capacidade de eleger e influenciar os decisores políticos sensíveis aos seus problemas. E esta é a nossa grande fraqueza como cidadãos.

Nos EUA, uma organização chamada “Rock the vote. Building political power to the young generation” anda há mais de 20 anos a incentivar os jovens a acompanhar a política e a votarem nas eleições partidárias e nacionais. O argumento é poderoso: “se querem que os políticos defendam as vossas causas, assegurem-se que a sua eleição depende também do vosso voto”. Hoje nos EUA, 18% da população, com um grande peso dos jovens, vota nas eleições internas dos seus principais partidos, quando em Portugal apenas 0,65% …

Notem bem, em Portugal os políticos são escolhidos dentro dos partidos, nas suas eleições internas. E eles defendem o que o partido (maioria dos militantes) pede para defenderem. O grande problema da enorme massa de portugueses “precários”, é que não vota, não influencia, não tem qualquer peso dentro dos partidos, ao contrário de outros grupos de portugueses (como os funcionários públicos). E isso faz toda a diferença!

Como seriam diferentes as prioridades políticas do governo e oposição, se a geração de “precários” tivesse representada nos nossos principais partidos, na mesma proporção que tem na população activa. A responsabilidade por mudar este estado da coisas, passa exclusivamente por uma mudança de atitude deste enorme numero de cidadãos face à política e participação nos partidos

Que esta manifestação, seja também uma oportunidade de reflexão sobre este tema.

Deixo-vos dois vídeos sobre este tema:
Campanha Rock the vote: http://bit.ly/csOAcY
Apresentação que realizei noTEDx sobre este tema: http://bit.ly/d2tj52

João Nogueira dos Santos
Fundador do movimento "Adere, vota e intervém num partido. Cidadania para a mudança"
http://bit.ly/f8sP5D

domingo, 16 de janeiro de 2011

O futuro da democracia

Nota-  Esta é transcrição do artigo publicado no Expresso de 15 de Janeiro, que é também um repto aos candidatos à presidência da república. Seria muito útil se eles pudessem dizer o que pensam sobre este tema durante a campanha eleitoral.
Segundo a nossa constituição, os partidos políticos são a plataforma de organização da vontade política dos cidadãos. Votando nos partidos políticos os cidadãos elegem os deputados, escolhem o Primeiro-ministro e o programa de governo. Mas os partidos são também o espaço democrático onde os cidadãos podem participar, intervir e votar para expressar as suas ideias, questionar e eleger os seus representantes, escolher o seu líder, e desta forma definirem os partidos que querem ter.
Só que os cidadãos portugueses nos últimos 20 anos demitiram-se de participar e intervir nos Partidos, esvaziando-os de uma base maioritária de militantes-cidadãos com vida fora do partido, mais desprendidos das lógicas partidárias, com outra capacidade crítica e com critérios de escolha de dirigentes e lideranças mais orientados aos interesse do país do que a interesses particulares. Os principais problemas que hoje se apontam aos partidos (lógica clientelar, tendências oligárquicas, falta de renovação, fraca qualidade dos seus políticos, funcionamento fechado, incapacidade de evoluir etc…) têm essencialmente origem na demissão dos cidadãos em participar nos partidos políticos e no seu consequente esvaziamento.
Os resultados para o país desta realidade são conhecidas. Segundo o barómetro da Eurosondagem publicado no Expresso a 25 Abril 2009, a confiança dos portugueses nos partidos vive um momento crítico: 77,3% dos inquiridos não se revêem nos partidos, 73% entre estes considera que a politica partidária se move por interesses particulares e não por interesses nacionais.
É uma pescadinha de rabo na boca: partidos com cada vez menor participação, perdem qualidade, ficam dominados por pequenas “oligarquias” e consequente cada vez mais fechados, o que faz com que os cidadãos se sintam insatisfeitos e desmotivados em participar. Tem pelo menos 20 anos este ciclo vicioso que agrava o empobrecimento dos partidos políticos e o divórcio entre estes e a sociedade civil.
Urge uma mudança para quebrar este ciclo.
Actualmente o discurso da opinião pública, opinion makers e analistas é quase uníssono em atacar os partidos e os políticos pela sua crescente falta de qualidade, lógica clientelar e incapacidade de se renovarem, mas, quase ninguém, tem apontado responsabilidades à sociedade civil informada e consciente dos problemas que atravessam os partidos e o país. De facto, a grande maioria destes cidadãos mantém-se numa postura de desresponsabilização, conformista e queixosa face aos partidos e política, em vez de assumir a sua responsabilidade na qualificação dos partidos e da nossa democracia, aderindo, intervindo e votando dentro dos partidos, como acontece nas democracias mais desenvolvidas.
A campanha eleitoral para a Presidência da República é uma excepcional oportunidade para os candidatos esclarecerem com total clareza que resposta querem dar a este problema decisivo para o nosso sistema democrático, e, que nos expliquem qual a sua visão sobre o futuro da nossa jovem democracia, nomeadamente como esta deverá evoluir para se aproximar mais dos cidadãos e ganhar uma maior capacidade de resposta aos desafios com que nos deparamos.
Precisamos também de saber se vamos ter um Presidente representante dos cidadãos, a tentar compensar a crescente perda de ligação entre estes e os partidos (agravando o problema do divórcio entre cidadãos e partidos), ou, se vamos ter um Presidente da República com coragem para explicar aos portugueses quais as suas responsabilidade no nosso sistema democrático, e determinado a mobilizar os cidadãos a filiarem-se, participar e intervir dentro dos partidos políticos, condição indispensável para uma democracia mais qualificada em que a sociedade se reveja.

Em suma, vamos ter candidatos e uma campanha apenas à procura de votos, ou estas presidenciais ficarão para a história como momento em que a nossa democracia progrediu e os cidadãos ficaram mais conscientes das suas responsabilidades para com o futuro de Portugal? A escolha é dos candidatos