segunda-feira, 25 de abril de 2011

O que os nossos Presidentes deviam ter dito aos cidadãos neste 25 de Abril


Hoje menos de 0,7% dos portugueses votam nas eleições internas dos dois principais partidos.

Se descontarmos deste número os votantes que são políticos ou que ocupam lugares directa ou indirectamente dependentes do partido ou seus dirigentes, e ainda descontarmos os votantes “fantasma” (pessoas a quem muitos dirigentes pagam as quotas e outros favores para nas eleições internas votarem em que eles mandam) então chegamos à conclusão que a participação dos cidadãos com vida e profissão independente da política nas eleições internas dos principais partidos, é residual, não tem  qualquer expressão.


A sociedade civil nos últimos 20 anos abandonou os partidos, demitiu-se de ter qualquer voz e voto nas suas eleições internas, que servem como em qualquer eleição, para eleger os melhores e afastar os piores.
Este abandono e demissão da sociedade civil de ter voz e votar nas eleições dos nossos principais partidos, é seguramente o mais grave problema da nossa democracia, o que impede que exista um processo democrático de qualificação e renovação da democracia pela sua base, os partidos, permitindo além disso,  que estes sejam facilmente dominados por grupos de interesses que nada representam que não sejam os seus interesses.


Tenho pena que nenhum dos ex-presidentes tenha explicado o que hoje é uma evidência: é impossível termos uma democracia que se renove, seja qualificada e capaz de gerar uma melhor classe política, se os cidadãos se recusam a fazer as escolhas que só a eles lhes cabe fazer dentro dos partidos que elegem nas eleições nacionais.


A democracia só funciona bem se os cidadãos cumprirem o seu papel, e os cidadãos de Portugal, não o têm cumprido. Está na hora de começarem a cumprir.

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