sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cidadãos deste país, filiem-se, intervenham e votem dentro de um partido!


Há dois anos lancei com o meu amigo Carlos Macedo e Cunha (ele PSD eu acabado de me filiar no PS) o movimento “Adere, vota e intervém dentro de um partido. Cidadania para a mudança”.  Esta experiência de dois anos a puxar pela causa de uma cidadania dos cidadãos  exercida dentro dos partidos, deu-nos a certeza que este é o caminho certo para concretizar as mudanças que desejamos nos nossos partidos e na nossa democracia.

Não podemos deixar mais os partidos limitados a uma militância de poucos, normalmente interessados em carreira, protagonismo ou algum emprego. Se queremos partidos que representem a sociedade civil, pois bem, a sociedade civil tem de filiar-se nos partidos e participar nos seus debates e eleições internas em que as grandes escolhas são feitas (desde lideranças partidárias,  dirigentes, programas,  candidatos etc…).

Conversamos com alguns milhares de pessoas, ao vivo, em conferências e através da Internet. A esmagadora maioria reconheceu que de facto também é responsável pela má qualidade dos partidos, pois não tem qualquer intervenção, participação e voto dentro destes, quando nada o impedia de fazer. Muitos juntaram-se a esta causa, ajudando-nos a faze-la crescer, algumas centenas aderiram ao partido que normalmente votavam e começaram a participar em debates do partido (ao vivo ou pelo Facebook) e a votar nas eleições internas. Nenhuma me disse que estava arrependida. Pelo contrário. Estão a tentar trazer mais gente.

Mas a verdade é que a maioria das pessoas que tomaram consciência da sua "falta" para com a democracia através deste movimento, mantiveram-se como estão: muito facebook, muito comentário, zero de filiar, intervir e votar dentro de um partido.

Duas razões identifiquei para esta inacção: a força dos mitos, e a dificuldade de reconhecer o erro.

A força dos mitos são todas aquelas imagens que durante décadas construímos dos partidos: espaços que devoram os bem intencionados, obrigatoriedade de obediência, são todos corruptos, se vamos para lá ficamos como eles (esta é uma das mais extraordinárias porque é reconhecer que se é corrupto ou não se tem integridade) ou um mais simples, ocupa muito tempo .

Recomendo ver a primeira apresentação do TEDx Lisboa (http://www.youtube.com/watch?v=6KOcrfmRHPQ)  em que explico que esses mitos são fruto de muito desconhecimento e muita informação mediática que apenas transmite os “casos”. A realidade dos partidos (como de tudo o resto) nunca é apenas os “casos” que passam na TV.

A segunda é a mais forte de todas. Durante toda a nossa vida construímos uma imagem de que ser “independente” ou “apartidário” como algo virtuoso e que nos confere liberdade, e que estar filiado num partido, é ser cúmplice da mediocridade e corrupção de alguma vida politica e partidária.  Reconhecer que esta imagem está completamente errada (ninguém por ser filiado perde qualquer liberdade ou é "cumplice" das falcatruas que alguns  cometem, abusando do poder que os partidos lhes conferem), reconhecer que devemos mudar de atitude, é algo muito difícil, seja neste aspecto seja noutro qualquer aspecto da vida.

 Mas tem solução. Vamos insistir, persistir, fazer crescer este movimento, inovar na comunicação, cada vez mais, até que a mente dos " cidadãos preocupados"  se solte dos preconceitos que formarams sobre participação política, partidos e democracia, e abrace o que de melhor a democracia nos ofereceu: a responsabilidade de sermos nós a escolher os políticos, os programas e os partidos que queremos, e de nos dar a capacidade de o fazer através da intervenção livre e voto dentro de partidos livres, tolerantes e abertos a todos os cidadãos verdadeiramente empenhados em construir um país e democracia melhor.

Cidadãos preocupados deste país, filiem-se, intervenham e votem dentro de um partido!


Divulgem o site,grupo Faceook e Talk TEDx Lisboa
http://aderevotaintervem.blogspot.com/
https://www.facebook.com/groups/aderevotaintervem/
TEDx Lisboa: http://www.youtube.com/watch?v=6KOcrfmRHPQ

2 comentários:

  1. João, estou-te extremamente grato por me teres lançado numa busca desenfreada por padrões e soluções emergentes no mundo. Tem sido uma viagem de regeneração interior inimaginável. Foi graças à tua apresentação memorável no TEDx que tudo começou. Comecei à procura de mais movimentos, de soluções para o país e acabei por encontrar muito mais do que estava à espera.

    Venho-te dizer que compreendo o teu pedido e também te informar que vou abster-me de filiar em qualquer partido que existe hoje. Vou sim, filiar-me no meu espírito, na minha família, no meu bairro e na humanidade. O mundo está a despertar para as limitações do actual sistema, e existe uma abundância de soluções de raiz. Basta começares a procurar fora do actual sistema.

    Desejos de um excelente despertar.

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  2. "A força dos mitos são todas aquelas imagens que durante décadas construímos dos partidos: espaços que devoram os bem intencionados, obrigatoriedade de obediência, são todos corruptos," - E É MENTIRA ? É MESMO MITO ? E a chamada Disciplina Partidária ? Porque é que nunca existem votos contrários às directrizes partidárias ? O chamado Voto do Queijo Limiano ? Quantos e quantos não são penalizados por isso ? Eu sou um bem intencionado e não me envolvo exactamente porque não acredito na inocência dos Partidos. Nem na sua integridade. E se não há corrupção, porque não existem Políticos, principalmente no PS e no PSD que não estejam directa ou indirectamente envolvidos em Processos Judiciais relativos a corrupção, branqueamento de capitais,etc.. Se a corrupção é um mito, porque existe uma comissão "palhaça" contra a corrupção e a favor de ética? Isto incluí não só os filiados em Partidos, como os seus dirigentes, senão vejamos: Cavaco Silva, José Sócrates, Paulo Portas, todos envolvidos em casos de corrupção. A prosmicuidade entre o Privado e o Público é alarmante, é verem-se os Administradores não-executivos que proliferam nas administrações Público-Privadas a auferirem rendimentos inqualificáveis para um País onde o S.M.N. é de pouco mais de 480euros. É um reconhecimento pelo serviço público prestado ao País ou recompensa por "favores feitos aos privados" ? Porquê o Eduardo Catroga como Chairman ? Porquê o Almeida Santos como Presidente da GEO Capital - Investimentos estratégicos S.A. de Stanley Ho ? Porque foi preciso vir uma Troika dizer que não se poderiam acumular reformas ? Porque é que os Deputados com 2 mandatos de 4 anos cada receberam reformas por inteiro como se tivessem descontado 40anos de trabalho? O Cavaco Silva abdicou recentemente do Vencimento porque a partir de 1 de Janeiro de 2012 deixou-se de poder ter Vencimento e reformas em simultâneo. Deixou-se de se poder acumular reformas. Mas as asneiras que foram feitas, ficaram. 75% do PIB para o sistema de segurança social ? Ridículo. E a Troika diz para reduzirem as despesas na S.S. e em lugar de reduzirem nas reformas acumuladas e milionárias dos antigos lideres politicos e gestores públicos, não. Reduzem no Ensino e na Saúde. Ridículo. O que falta no nosso País é uma malga de homens que sejam incorruptíveis. E para tal teriamos que ter uma educação e uma cultura nórdica e não mediterrânica. E seria necessário termos Juízes incorruptíveis, onde a prova é prova e não deve ser retirada ou removida porque dá aquela palha. Num País onde o Juíz do Supremo não tenha poderes sobre a independência de decisão de um juís. Um País onde a imprensa não se deixe manipular pelos poderes Políticos. O Políticos intrometem-se na liberdade de imprensa ( manuela moura guedes, semanário SOL e recentemente um Jornalista da TVI suspenso por filmar conversa informal do nosso Ministro com o Alemão), liberdade judicial ( não é correram com Juízes para comarcas remotas por tomarem decisões que não agrade aos políticos, nem o orçamento e a definição de carreira de um juíz estar dependente do Orçamento de estado que os governantes atribuiem). Tem que haver uma independência funcional entre o Poder Político e os Tribunais, as Empresas, a Imprensa, etc. Tem que parar de tanto manipular. Tanto que o custo tido com esta manipulação deu os seus frutos. Estão à vista. A Bancarrota do País.

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